
De
acordo com o relatório, entre 60% e 70% dos pacientes da região já são
diagnosticados em estágios avançados da doença. Também aponta que a cada
ano 1 milhão de novos casos de câncer entram para a lista e quase 70%
das mortes provocadas pela doença ocorrem nas classes média e baixa, o
que reflete as desigualdades da região.
Os
países da América Latina geralmente têm pouca disponibilidade de
medicamentos de última geração. Na região, só o Chile possui os remédios
mais avançados para tratar o câncer de pulmão, por exemplo. Além disso,
só duas nações - o Uruguai e novamente o Chile -, têm equipamentos de
radioterapia suficientes para tratar todos os pacientes.
Segundo
Mia, é preciso uma “solução multifacetada” para colocar o câncer na
“agenda dos governos”. A região, acrescenta o texto, está em fase de
crescimento econômico e em franco aumento da expectativa de vida, o que
mudou o perfil das doenças. “Estamos transitando de mortes por doenças
epidemiológicas às cardiovasculares e por câncer”, esclarece o
relatório.
O documento aponta também
que na região os riscos maiores são de desenvolver câncer de mama e de
próstata. Por outro lado, foi registrada uma diminuição na incidência de
câncer de fígado e de estômago. Uruguai e Costa Rica se destacam por
ter realizado os maiores esforços contra o câncer. Bolívia e Paraguai
são os mais atrasados.
Conforme o
texto, para o controle da doença na América Latina, em média, é
investido 4,6% do PIB, enquanto a média dos países da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 7,7%. “No Peru
observamos que o investimento aumentou de 2,3% para 6% do PIB para
controlar o câncer”, acrescentou Mia.
Só
Argentina, Costa Rica, Panamá e Uruguai têm registros de base
populacional em nível nacional. México, Peru e Equador só possuem
registros hospitalares. Somente Costa Rica e Brasil têm cobertura de
saúde universal, enquanto que México, Argentina e Paraguai têm centros
de atendimento gratuitos. “Como denominador comum notamos que o
atendimento aos pacientes com câncer nas zonas rurais é relegado”,
afirmou a especialista.
Os autores
do relatório fazem recomendações gerais como desenvolver planos
nacionais para o controle do câncer com recursos suficientes, investir
no monitoramento de dados e registros adequados, fazer da prevenção e do
diagnóstico antecipado prioridades, aumentar orçamentos em assistência
médica, diminuir as barreiras de acesso aos tratamentos e dotar os
setores de oncologia de equipamento e profissionais especializados.
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