
Reunidos no auditório da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), representantes de órgãos como Ministério dos Transportes, Associação Brasileira de Logística (ABRALOG), Banco do Brasil, Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (APROSOJA), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT), Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, Governo do Estado do Tocantins e da própria ANTT, entre outros, acompanharam o detalhamento dado por Adnan Demachki sobre o projeto e o andamento dos processos públicos para a viabilização da ferrovia. Os representantes aproveitaram para tirar dúvidas com o secretário, principalmente sobre prazos de concessão e cronogramas de editais.
Ouviram também sobre as empresas que já assinaram termos de compromisso para o transporte de cargas usando a ferrovia, como a Mineração Irajá, que vai usar a logística paraense para o transporte de 20 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. Além dela, a Alloys/PA, que se comprometeu a movimentar via Ferrovia Paraense 170 mil toneladas/ano de agregados de alumínio, e a Araguaia Níquel, que firmou compromisso de transportar 54 mil toneladas de ferro e de níquel, além de 130 mil toneladas/ano de carvão.
O secretário repetiu em Brasília o anúncio já feito em São Paulo, confirmando que as empresas Vale e Norks/Hydro, duas gigantes mundiais na extração de minério, assinaram com a ferrovia do Pará compromisso para o transporte de seus produtos. “Não existe ferrovia sem carga contratada e é com alegria que anunciamos também, aqui em Brasília, a exemplo do que fizemos em São Paulo, que a Ferrovia Paraense já tem compromissos de cargas necessários para viabilizá-la".
“Podemos dizer, numa comparação com um empreendimento comercial, que a Vale e a Norks/Hydro serão nossas ‘lojas-âncora’ e atrairão outras empresas, dando um forte impulso a este empreendimento, que engrandece o Pará e o Brasil”, afirmou Adnan.
Novas reuniões
Depois de Brasília, a agenda de reuniões técnicas e audiências públicas sobre a Ferrovia Paraense prossegue no estado do Pará, com o seguinte cronograma:
15 de agosto – em Santana do Araguaia
16 de agosto – em Redenção
17 de agosto – em Marabá
18 de agosto – em Paragominas
22 de agosto – em Barcarena
23 de agosto – em Belém
O projeto
A Ferrovia Paraense deverá cortar a porção oriental do Estado de Sul a Norte em 1.316 quilômetros, conectando-se com a Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, na região metropolitana de Belém, o mais próximo dos grandes mercados consumidores do Pará e do Brasil, como China, Europa e Estados Unidos.
O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando os investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga.
O licenciamento ambiental está sendo conduzido por órgãos estaduais, com chance de o vencedor do certame assinar o contrato de concessão com a licença em mãos. Já existe mapeamento de desapropriações de 770 imóveis ao longo da ferrovia.
A possibilidade de coligação da Paraense com a Norte-Sul, num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia (MA) - trecho final da Norte-Sul - abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense e é um dos atrativos do projeto para a iniciativa privada.
A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses e tem capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas ano.
Por Pascoal Gemaque - Agência Pará
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