
O estudo ainda calculou o custo para cada cidadão paraense desses acidentes: R$ 258,77. O valor per capita é superior ao custo nacional, que representou um prejuízo individual de R$ 255,69.
Esse custo significa o quanto cada
habitante desembolsou durante todo o ano, uma vez que os gastos com os
acidentes de trânsito são pagos por meio de impostos, recurso que deixou
de ser investido em saúde, educação, saneamento básico, por causa de
acidentes de trânsito que poderiam ser evitados.
O montante
gasto no Pará é o suficiente para construir 13 hospitais equivalentes ao
Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), o maior hospital público da Região
Metropolitana de Belém, com 250 leitos. Esse mesmo recurso também
poderia ser utilizado para a compra de 26 mil ambulâncias, 690 unidades
básicas de saúde e para a implantação de 265 escolas técnicas
equivalentes à de Santarém, um investimento de R$ 8 milhões e que atende
a 1.400 alunos.
O prejuízo aos cofres públicos do Pará com os
acidentes de trânsito disparam ano a ano. De acordo com o levantamento,
em 2009, o custo total com esses acidentes foi de R$ 995,3 milhões; em
2010, foi para R$ 1,37 bilhão; em 2011, subiu para R$ 1,46 bilhão; em
2012, saltou para R$ 1,75 bilhão, em 2013, para R$ 1,89 bilhão; e no
seguinte, alcançou a marca de R$ 2,04 bilhões.
Entre 2014 e 2015, a
pesquisa registra um acréscimo nos custos com acidente de trânsito de
quase R$ 79 milhões, o que corresponde a uma alta de 4%. O movimento é
contrário ao nacional, que no mesmo período registrou uma queda de 7%,
reduzindo os gastos de R$ 56,02 bilhões para R$ 52,28 bilhões.
O
levantamento da ONSV mostra que em 2015, quando foi registrado o
recorde de gastos com acidentes de trânsito no Pará, foram registradas
1.060 vítimas fatais pelas vias do Estado, o que representa uma morte a
cada 8 horas. Desse total, 505 (47,64%) estavam envolvidas em acidentes
com motocicletas, 405 (38,21%) eram pedestres, 108 (10,19%) estavam em
automóveis, 23 (2,17%) em caminhões e ônibus e 19 (1,79%) eram
ciclistas. “É praticamente uma pessoa sequelada por minuto.
Três mortes
Por dia. Além disso, 80% dos hospitais estão ocupados com lesionados em
acidentes de transito”, avalia o diretor-presidente da ONSV, José
Aurélio Ramalho, que ressalta que os números mostram a necessidade de
mais investimentos em políticas públicas para evitar acidentes. “É a
questão da educação. Então, nós temos que focar na formação do condutor e
na educação de trânsito nas escolas.” (ORM)
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