
Rose
disse que começou a ficar preocupada a partir do segundo dia que
Elisângela passava fora. Não atendia nenhuma ligação e nem mandava
notícias. Foi quando tentou refazer os passos da amiga. Encontrou o bar
onde ela estava na noite do dia 22. De lá, ela saiu com um homem não
identificado em um carro preto. Buscou imagens e então comunicou à
polícia no dia 26.
No dia 31, o carro descrito por Rose foi
encontrado pela polícia surinamesa. Estava abandonado e o veículo foi
apreendido para perícias. As investigações focaram em áreas próximas de
onde estava o carro. No dia seguinte, os policiais receberam um chamado
para a rua Ahinsaweg, próximo à via Nieuwe Charlesburgweg. É uma área
periférica de Paramaribo. Um homem havia sentido um fedor suspeito em
uma casa que ele alugava para outra pessoa.
Quando os policiais
chegaram à casa, constataram que o cheiro forte era de um cadáver em
avançado estado de decomposição. Entraram e encontraram o corpo de
Elisângela. Foi feita perícia no local do crime e então o corpo foi
removido para exames. Rose reconheceu o corpo e então, chorando de
desespero, comunicou a família sobre a morte dela. Mas desde então a
polícia vem sendo cautelosa na liberação de informações.
Para a
família, Elisângela falava pouco sobre o trabalho no Suriname.
Geralmente até evitava o assunto. O que ela dizia é que trabalhava num
garimpo. No Facebook, ela mantinha uma página com outro nome: Renata
Domingos. Não há confirmação da família que ela trabalhasse como
profissional do sexo ou acompanhante.
Muitas brasileiras,
principalmente da região Norte, se dirigem ao Suriname ou a Guiana
Francesa para se prostituírem. Ou por vontade própria ou sendo raptadas.
Principalmente atuam nas regiões de garimpos destes países. Já os
homens são iludidos por promessas de riqueza nos garimpos, mas se veem
em situações de trabalho escravo. Mas pela liberdade que Elisângela
tinha para fazer a rota Suriname - Brasil com certa frequência,
possivelmente ela não estava lá à força.
Independente do que
Elisângela fazia no Suriname, tudo o que a família agora quer é justiça e
que o corpo da moça seja trazido ao Brasil. A família é pobre e não
consegue arcar com os custos do traslado, estimados em aproximadamente
US$ 6 mil (cerca de R$ 20 mil). O pai da vítima, o aposentado José Luiz
Domingos, tem feito uma peregrinação em busca de ajuda. Já recorreram ao
Consulado do Suriname em Belém e também à Polícia Federal.
"Eu só
quero minha filha, que ela venha para cá para o Brasil e seja enterrada
perto da família dela. Só isso, mas não tenho como pagar. Estamos
desesperados, aflitos", disse José Luiz. Enquanto isso, a cunhada e
outras pessoas da família permanecem em contato com Rose e as
autoridades surinamesas. O corpo da vítima permanece no Instituto Médico
Legal de lá. (ORM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário