
Antônio Vieira Caetano, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá, ressaltou que o setor tem enfrentado alguns problemas quanto à segurança nas propriedades rurais. “Roubo de gado é muito frequente na região, depredação de propriedades e invasão de propriedades já reintegradas. O que a gente deseja é uma patrulha rural nos destacamentos”, disse.
O presidente do Sindicato Rural de Sapucaia, Renato D’Paula, relatou a mesma situação em seu município. “Dentro da nossa própria casa e vizinhos nossos sofreram atentados por terroristas que entraram na fazenda e depredaram tudo. Sabemos que a polícia prende e a justiça solta, mas queríamos que o Estado fizesse algo a mais a respeito da segurança do produtor rural”, ressaltou.
Representatividade - Após ouvir as demandas, o secretário Luiz Fernandes anunciou a criação de um patrulhamento rural para atender a população, além da instalação de um gabinete regional de gestão integrada, composto pelo Sistema de Segurança Pública e o setor produtivo, em parceria com as associações comercias da região. “O gabinete vai ter representatividade de todos os municípios e de membros da sociedade. Ele vai discutir segurança e outras políticas públicas com os gabinetes municipais”, informou o secretário Luiz Fernandes.
O comandante Mauro Sérgio enfatizou aos produtores a importância da criação do patrulhamento rural na aproximação com a comunidade rural. “Esse patrulhamento vai ter uma efetividade muito grande. Vamos, primeiro, selecionar o policial que tenha perfil para trabalhar com o produtor rural, do pequeno ao grande, que conheça a região e seja uma pessoa de fácil comunicação”, disse o coronel da PM.
Ele também ressaltou que, em reunião anterior com os secretários Jorge Bittencourt e Luiz Fernandes, “levantamos outro ponto, que é a criação da Cime - Companhia Independente de Missões Especiais -, que vai diminuir a burocracia para se fazer reintegração na região. Vai ser uma companhia especializada que dará celeridade nos processos. Tecnicamente, vai ficar subordinada à Belém, mas operacionalmente vai ficar subordinada ao Comando Regional”.
Outras ações destacadas pelo delegado-geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino também contemplam as solicitações dos produtores, como a reestruturação das Delegacias de Conflitos Agrários (Deca) em Marabá e Redenção e a criação de duas novas unidades nas regiões sul e oeste.
“A maior demanda que a gente pode apresentar solução é a reestruturação da Deca de Marabá, e a criação da Delegacia de Conflitos Agrários de Altamira, que vai desafogar a unidade de Marabá, que estava respondendo pela Regional do Xingu. Também estamos reestruturando a Deca de Redenção e criando a Deca de Santarém.
Dessa forma, vamos fechar toda a região oeste e boa parte da região sudeste. Também contamos com um delegado e equipe em cada município da região. Com certeza a gente vai ter uma melhoria no atendimento, nas investigações e no trabalho da Polícia Judiciária”, reiterou.
O secretário de Governo, Jorge Bittencourt, afirmou que esse é apenas o primeiro diálogo com o setor produtivo. “Daqui a uns 15 dias faremos um novo encontro para discutir a questão ambiental com o secretário de Estado do Meio Ambiente, e num terceiro momento vamos tratar da regularização fundiária, para que a integração entre Centro Regional de Governo e o setor seja cada vez mais fortalecida”, concluiu.
Bons resultados – A resposta imediata do governo foi bem recebida pelos produtores rurais, como o diretor do Sindicato de Redenção, Vitório Guimarães. “Extremamente proveitosa foi a criação do Centro Regional em Marabá em função das atividades de proximidade do governo junto aos produtores, o que vai facilitar muito a nossa vida e nos faz acreditar que dias melhores virão em razão da presença da autoridade, principalmente rural, para que a gente possa continuar trabalhando e produzindo”, declarou.
O prefeito de Palestina do Pará, Cláudio Robertino Alves dos Santos (Cláudio da Tetê), destacou a importância da colaboração dos produtores, afirmando que a “reunião foi muito produtiva para integrar o governo com os produtores e mostrar a importância da ajuda deles. Eles têm que participar e denunciar, para que a gente possa melhorar a segurança como um todo”.
Por Kelia Santos - Agência Pará
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