
O Festribal inicia hoje com a
festa de recepção dos visitantes, no Tribódromo, a partir das 21 horas,
tendo como atrações o Dj Jr Lima, os cantores Uendel Pinheiro, André
Frateschi, Sebastião Júnior e Banda e Amós Gayatto. Amanhã, acontecerá o
desfile das Tribos Mirins, formada por crianças de até 12 anos de
idade, também no Tribódromo. É nas tribos mirins que se preparam os
futuros integrantes das tribos Muirapinima e Munduruku que participarão
dos desfiles principais.
“Os destaque no desfile (principal) vieram das
Tribos Mirins, que têm o papel fundamental para a continuidade da
festa”, explica o presidente da Munduruku, Alex Guedes. Às 20 horas
acontece a apresentação da Associação Folclórica Tribo Munduruku com o
tema “Amazônia: Pátria Tupi”; e, na sequência, às 21h30, inicia a
apresentação da Associação Folclórica Tribo Muirapinima com o tema
“Amazônia: Floresta Mágica” .
No sábado (28), será a competição
oficial, sendo a primeira a entrar a Tribo Muirapinima, com o tema
“Amazônia Sateré-Mawé: a essência da vida” . A tribo ostenta as cores
azul e vermelha. A presidente da agremiação, Sandra Andrade, explica que
a Tribo Muirapinima costuma levar para o tribódromo a tradição de todas
as tribos amazônidas, mas, este ano, resolveu inovar abordando de forma
aprofundada apenas a Sateré-Mawé, do Amazonas. “Temos mais relação aqui
em Juruti com o estado do Amazonas do que com o Pará, pois estamos mais
próximos de Manaus”, explica.
A apresentação será o resultado de
profunda pesquisa sobre os rituais, crenças e lendas dessa etnia. Os
detalhes da apresentação são mantidos em segredo, mas ela antecipou que a
preservação da Amazônia será uma das principais mensagens da
Muirapinima, que levará cerca de 400 brincantes para o Tribódromo.
Já
a Tribo Munduruku, reconhecida pelas cores amarela e vermelha, se
apresenta em seguida com o tema “Amazônia: dos Cacicados À profecia das
Savanas”, com cerca de 350 brincantes. “A expectativa é a melhor
possível. Nosso tema vai mostrar que o Brasil foi encontrado com índios
sobrevivendo exclusivamente da natureza e também a questão da proteção
ambiental.
Hoje a Amazônia está no centro das atenções do mundo. Mas o
nosso alerta é que a Amazônia pode se tornar grande savana. Nossa
apresentação terá duas etapas: na primeira, vamos falar da Amazônia
viva, e na outra, da Amazônia morta”, revela.
O Festribal é
realizado pela prefeitura municipal, mas os dois dirigentes reclamam da
falta de mais apoio: “Faltou patrocínio este ano. Estamos fazendo
milagre, levando um desfile riquíssimo para a avenida com R$ 380 mil.
Isso cobre a metade do gasto. Sem o aporte do governo do estado,
principalmente. A cada ano que passa, as tribos acumulam dívidas para
dar continuidade a esse trabalho. São 250 pessoas envolvidas na
preparação da tribo e ainda trazemos brincantes da área rural, alojamos
as pessoas nas escolas do município, mas alimentação é por nossa conta”,
diz Sandra.
“O festival cresceu, mas a nossa maior dificuldade é que o
maior patrocinador continua sendo apenas a prefeitura. A gente sobrevive
com a ajuda de pequenos empresários e amigos, mas nada que consiga
custear o festival. Mas a gente não deixa se abater. Nossa equipe está
há 15 dias trabalhando debaixo de sol e chuva para fazer as nossas
alegorias, é por amor mesmo”, conta Alex.
O Festribal teve início
em 1986, com a apresentação de boi bumbás, cordões de pássaros,
quadrilhas e carimbó. O evento cresceu e se tornou um espetáculo cheio
de cor, dança, música, artes cênicas e alegorias, considerado uma das
maiores manifestações culturais do oeste paraense.
Durante a
apresentação, os jurados avaliam os seguintes quesitos técnicos e
artísticos: apresentador, porta estandarte, guardiã tribal, tuxaua,
índia guerreira, pajé, canto indígena, regional (banda), evolução,
ritual indígena, alegoria, tribo originalidade, tribo coreografada,
originalidade em conjunto, harmonia e galera (reação da plateia). (O Liberal)
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