O
governador do Pará, Simão Jatene, fez um balanço dos últimos oito anos
de mandato no Programa Sem Censura, Pará de ontem segunda-feira (1º),
exibido das 14h30 às 16 h pela TV Cultura, e transmissão ao vivo pelo
Portal da emissora. A entrevista foi realizada no novo prédio da
Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), com apresentação da
jornalista Renata Ferreira e tendo como mediadores os jornalistas Ivana
Oliveira e Antônio Carlos Pimentel. Diversos temas foram abordados pelos jornalistas, e também por
telespectadores, principalmente segurança, saúde, educação,
infraestrutura, meio ambiente e cultura.
Simão Jatene lembrou, logo no início, a modernidade do Centro de
Inteligência Integrado das polícias Federal, Civil, Militar, Rodoviária
Federal e Rodoviária Estadual, que se destaca não somente com
equipamentos e softwares de ponta, mas também funciona com um espaço de
convivência entre os agentes das diferentes corporações.
Na educação, o governador enfatizou a admissão de mais de 16 mil
servidores em concurso público nos últimos anos, o que muda o quadro
anterior, quando um terço dos funcionários do Estado era de temporários,
e a construção de mais de 500 escolas.
Após ser indagado sobre o piso
salarial dos professores, Simão Jatene esclareceu que o Pará tem hoje o
5º melhor salário da categoria no Brasil. “Professor que trabalha 200
horas no Estado ganha R$ 4 mil. Ninguém ganha menos, e o piso nacional é
pouco mais de R$ 2 mil”, reiterou.
Ainda sobre educação, o governador destacou as dificuldades
enfrentadas pela gestão, que arrecada R$ 240,00 por contribuinte, para
fazer investimentos em todos os setores. “Um bom investimento seria em
escolas de tempo integral, mas sabemos que não tem como. As escolas têm
que ter outro perfil. Já temos dificuldades de manter as que já existem;
é difícil. Mas Investimos em saúde e educação acima do que está
previsto na Constituição”, completou.
Descentralização – Jatene falou ainda sobre a
estratégia de descentralização da gestão estadual, com a entrega de 20
hospitais regionais. Ele lembrou que durante muito tempo a população do
Pará contou apenas com três grandes unidades de saúde - Hospital de
Clínicas Gaspar Vianna, Hospital Ophir Loyola e a Santa Casa de
Misericórdia -, e agora tem hospitais nos municípios de Marabá,
Redenção, Santarém, Altamira, Breves, Tailândia, Paragominas e
Barcarena, além de outros municípios contemplados. “Fizemos mais do que
toda a história até agora”, afirmou.
Dois dos 10 hospitais públicos classificados como ONA 3 – nota máxima
da Organização Nacional de Acreditação de serviços de saúde –, dois
estão em território paraense. “É claro que as coisas não terminam aí. A
atenção primeira foi construir a rede, mas já temos também cursos de
medicina em Santarém e Marabá, temos 2 mil leitos agregados, e também
temos que destacar as dificuldades enfrentadas pela saúde por conta de
muitos leitos privados que foram fechados por conta dessa crise
desastrosa no Brasil”, acrescentou.
Estradas e habitação - O governador citou ainda a
recuperação das principais estradas que cortam o Pará e a construção de
pontes de concreto, em substituição às de madeira. Outro programa de
governo que merece destaque, segundo Simão Jatene, é o Cheque Moradia,
que desempenha, segundo ele, um papel pedagógico, “porque nós damos o
material, e não a obra.
É o governo percebendo as dificuldades e
contribuindo para que o povo enfrente o seu desafio. Já disseram que eu
ganhei eleição por causa do Cheque Moradia. Então, é sinal que é um
programa muito bom, porque responde às necessidades de cada realidade”.
Na área ambiental, Jatene ressaltou o avanço do Cadastro Ambiental
Rural (CAR), informando que antes o Pará possuía 20 mil cadastros
inseridos no Sistema Nacional de CAR, e atualmente já são mais de 180
mil. “As pessoas perguntam ‘o que tem a ver?’.
Tem tudo a ver, porque as
pessoas agora têm nome e endereço. Antes, era uma grande interrogação”,
explicou, reforçando ainda a criação do mais moderno Centro Integrado
de Monitoramento Ambiental (Cimam). “Antes só podíamos dizer ‘sim,
senhor’ quando liberavam os números do desmatamento. Hoje, o grau de
resolução dos outros sistemas é de 30 metros, a maioria, e o nosso é de 3
metros. Avançamos muito”, garantiu.
Integração urbana - Na mobilidade urbana também
foram citadas as obras na Avenida Independência, na Rodovia Mário Covas,
na Avenida Perimetral e, recentemente, a abertura ao tráfego de quase 5
km da Avenida João Paulo II, prolongada até o município de Ananindeua.
Simão Jatene foi indagado sobre a presença do Estado em todo o
interior, e fez questão de reforçar que o projeto do governo é
“despersonificar” a figura do governador. “Foi proposital. Precisamos
disso para fortalecer a ideia de pertencimento coletivo. Mas quando
precisamos nos posicionar, nos posicionamos.
Quem brigou pela Lei Kandir
fomos nós; quem criou a taxa mineral fomos nós. Mas isso não nos leva a
uma sociedade moderna. Tudo que foi feito não é algo que eu deva me
auto elogiar, mas é patrimônio do Estado. O que não dá é que a cada
ciclo político se negue tudo que foi feito atrás”, frisou.
Os centros Regionais de Governo (instalados em Marabá, no sudeste, e
Santarém, no oeste) e a Fundação Pro Paz também são considerados pelo
governador avanços na garantia de serviços sociais descentralizados,
oferecidos não somente na capital do Estado.
Eventos culturais - Na área cultural, o governador
citou a consolidação da Feira Pan-Amazônica do Livro (que este ano
chegou à 22ª edição), a criação do Cred-livro (recursos repassados pelo
Estado aos profissionais da educação para aquisição de livros na feira) e
a realização dos festivais de música.
Segundo o governador, os problemas ainda existentes na área,
principalmente as reclamações referentes à concentração de ações na
capital, podem ser sanados com os Centros Regionais. “Também
contribuímos com os eventos, como o Çairé e os Jogos Indígenas. A
Fundação Carlos Gomes desenvolve um programa de formação de músicos no
interior. Mas se ainda acham que foi pouco, eu me curvo a isso”, disse
ele.
Nas considerações finais, o governador agradeceu à população pelo
reconhecimento aos dois últimos mandatos. “Não fiz tudo que queria
fazer, mas fomos ao limite do que achamos que era possível e
necessário”, garantiu, agradecendo ainda à equipe de jornalismo da TV
Cultura. Simão Jatene reiterou que é possível discutir temas delicados
de forma civilizada, e parabenizou a emissora pela nova sede.
Novo prédio - A Cultura Rede de Comunicação
(Funtelpa) ganhou um novo prédio para abrigar as atividades da TV, Rádio
e do Portal Cultura, além da parte administrativa. A nova sede fica na
Rua dos Pariquis, Bairro da Cremação, em Belém. A Fundação adquiriu
novos equipamentos de transmissão de sinais – de televisão e rádio –,
montou novos estúdios e melhorou as instalações dos setores
administrativos.
O prédio tem 1.262 m² de área e sete andares. Conta com modernos
estúdios para os programas da Rádio, TV e Portal Cultura, ilhas de
edição, biblioteca, salas de reuniões e setores administrativos, além de
redações para os programas, refeitório e espaço de convivência para
funcionários, no último andar.
Esta é a primeira sede própria da Cultura. Desde 1981 (há 36 anos), a
Fundação exercia suas atividades no prédio anexo à Imprensa Oficial do
Estado (Ioepa), na Avenida Almirante Barroso, no Bairro do Marco.
Para a presidente da Fundação, Adelaide Oliveira, receber o
governador na nova casa durante o Sem Censura, Pará é uma espécie de
piloto de tudo o que será executado pela emissora nessa nova fase.
“É
uma mudança extremamente difícil. Estamos mudando mais de 30 anos de
Fundação, trazendo a mudança homeopaticamente. Acho que hoje é mais um
exemplo disso. Ainda estamos num estúdio improvisado, mas foi muito
importante para que possamos nos adaptar a essa nova casa e, com isso,
também às partes técnica e operacional”, finalizou. (Natália Mello)
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