O
município de Oriximiná, no oeste do Pará, celebra os resultados do
projeto de conservação ambiental Pé-de-Pincha, que encerrou a temporada
2018, este mês, devolvendo à natureza
mais de 38 mil quelônios. A ação é fruto da parceria entre a Mineração
Rio do Norte (MRN), Universidade Federal do Amazonas (UFAM),
comunitários, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio) e prefeituras de 118 comunidades de
municípios das calhas dos rios Amazonas, Juruá e Negro. No Pará, o
projeto é realizado nos municípios de Oriximiná e Terra Santa.
Além
de atuar na conservação ambiental, a iniciativa contribui para a
formação de docentes e acadêmicos da UFAM. Na universidade, o
Pé-de-Pincha é conduzido como programa de extensão,
promovendo treinamentos e palestras sobre a biologia dos animais,
relações com comunidades, legislação, entre outras ações.
Preocupação com o amanhã
Nas 18 comunidades de Oriximiná quem coordena as ações do Pé-de-Pincha é
Antônio Joaquim Costa, o Garapa como é conhecido na região. Morador da
comunidade Santa Maria
Goretti, localizada no Lago do Aimim, Garapa declara que existe um
antes e depois do projeto. “Esse trabalho ajudou as comunidades a
preservar os animais de forma geral. Antes, a gente pescava e caçava sem
se preocupar com o amanhã. Hoje, a gente sabe que
precisa deixar um futuro para os netos”, afirma.
O comunitário diz que o projeto é levado a sério e há todo um
planejamento das atividades. Em julho, começam as reuniões de
mobilização em que é definido o cronograma
de treinamentos e coleta de ovos. De setembro até o final de outubro
são realizadas as coletas e nos meses de novembro e dezembro ocorrem as
eclosões.
A partir desse período, os filhotes são encaminhados aos
berçários e são devolvidos à natureza entre os meses
de fevereiro e março. “Para nós, esse é um momento de grande festa e de
missão cumprida”, declara Garapa.
Como
reflexo da conscientização dos comunitários, tem aumentado não só o
número de quelônios na região, como também de outros recursos, a exemplo
do pescado.
“O Pé-de-Pincha tem ajudado a coibir a predação e venda ilegal de ovos e
animais.
Os comunitários estão mais conscientes de que se não cuidarem
hoje dos recursos naturais, amanhã serão os mais prejudicados. Em alguns
casos, eles estão sendo multiplicadores
da ideia de que conservar seus recursos naturais é questão de
sobrevivência”, analisa Sandra Azevedo, engenheira agrônoma e
coordenadora do projeto pela UFAM.
Fabiana Gomes
Analista de Comunicação | Temple
Analista de Comunicação | Temple
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