Um acordo de cavalheiros entre Paysandu e
Bragantino suprimiria da tabela do Parazão o segundo jogo da decisão do
3° lugar, "instituindo" uma decisão em pênaltis na hipótese de empate no
jogo deste sábado. As alegações são compreensíveis, pelo acúmulo de
jogos do Tubarão neste período e pela transição do Papão para a Série C.
Ok! Mas os clubes não podem ignorar o Estatuto do Torcedor e a ética na
relação com os patrocinadores do campeonato. Tanto que o Banpará está
se manifestando contra e exigindo o jogo pelo qual está pagando, tal
como por todos os outros. O Estatuto do Torcedor não permite esse tipo de mudança no
regulamento da competição. Os clubes podem fazer acordo, sim, mas basta
que um torcedor/consumir acione o Ministério Público para que haja
complicações legais, visto que o Parazão é custeado com verba pública.
O aspecto ético está no que foi vendido ao governo (Funtelpa e
Banpará). Uma fonte que tenho dentro do Banpará me diz que o Banco
chegou a designar dois funcionários para fiscalização do uso de suas
placas publicitárias nos estádios, colocadas em locais diferentes do que
foi negociado e em alguns casos nem instaladas. Há uma insatisfação!
Agora, "rasgar" o regulamento e suprimir um jogo do pacote vendido pode
ser um agravante com consequências.
O Banpará vai ser rigoroso na defesa das suas garantias no próximo
contrato, como forma de proteger-se diante de tanto amadorismo, bem
exemplificado nesse acordo de Paysandu x Bragantino para evitar o
segundo jogo da decisão do 3° lugar, que equivale aos R$ 525 mil da cota
da primeira fase da Copa do Brasil 2020.
Não é demais lembrar que São Francisco e São Raimundo, mesmo
rebaixados, cumpriram a tabela num jogo isolado na última rodada da fase
classificatória. Os dois clubes santarenos honraram os compromissos
ético e legal. Reafirmo que as alegações de Paysandu e Bragantino são
compreensíveis, mas podem se tornar extremamente danosas. Sei que muitos
devem estar me questionando sobre a transferência de jogos do interior
para a capital nas duas decisões (título e 3° lugar). Para ambas as
alegações foram compreensíveis, embora sempre discutíveis, e não houve
prejuízo de visibilidade para os patrocinadores.
Mais que crítica, isso é alerta que faço para Paysandu, Bragantino e FPF. (Carlos Ferreira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário