
De acordo com a Polícia Civil, em Belém, policiais civis do Núcleo de
Apoio à Investigação de Redenção (NAI), da Delegacia de Conflitos
Agrários de Redenção (DECA), da Superintendência Regional do Alto Xingu e
da Delegacia de Xinguara foram deslocados ao município para dar suporte
às investigações.
A vítima foi atingida na cabeça por quatro disparos de arma de fogo
realizados por dois homens, com capacetes, que chegaram em uma moto,
modelo biz, de cor preta. Carlos Cabral Pereira foi socorrido e levado,
ainda com vida, em uma ambulância, para o Hospital Municipal de Rio
Maria, mas não resistiu aos ferimentos e e morreu após dar entrada na
unidade de saúde.
Cabral teve sua vida inteira marcada pela luta em defesa dos
trabalhadores rurais. Foi presidente várias vezes do STTR e sofreu
várias tentativas de assassinato. Ele era ex-genro do também
sindicalista João Canuto, morto na década de 80, num crime
característico de conflitos fundiários, que provocou comoção nacional. A
família Canuto perdeu outros integrantes em emboscadas, como Paulo,
José e Orlando Canuto, e virou um símbolo da luta pela reforma agrária e
pela defesa e promoção dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras
rurais.
"Nós vivemos em um estado marcado pela violência, sobretudo, na
violência de conflitos agrários aqui no estado do Pará. Infelizmente Rio
Maria é marcada como a terra da morte anunciada", comentou Cleber
Rezende, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil - CTB Pará.
Cleber observou ainda que tem esperanças de ver o crime solucionado.
"É um momento muito triste, é uma perda. A CTB Pará se coloca à
disposição dos trabalhadores rurais em defesa da justiça, da paz e da
segurança", destacou ele. A Polícia segue investigando a morte mas até o
fechamento desta edição ninguém foi preso.
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