Os líderes do CCA colocaram fogo em uma cela que pertence a um dos
pavilhões do presídio, onde ficavam integrantes do CV. De acordo com o
superintendente da Susipe, Jarbas Vasconcelos, devido à unidade ser mais
antiga, construída de forma adaptada a partir
de um contâiner, com alvenaria, o fogo se alastrou rapidamente e alguns
dos internos morreram por asfixia. Nenhum servidor do órgão foi morto.
"Foi um ato dirigido. Os presos chegaram a fazer dois agentes reféns,
mas logo foram libertados, porque o objetivo era mostrar que se tratava
de um acerto de contas entre as duas facções, e não um protesto ou
rebelião dirigido ao sistema prisional", afirmou
Jarbas Vasconcelos. Não foram encontradas armas de fogo, apenas
estoques - facas improvisadas com material precário.
Ainda de acordo com a Susipe, nenhum relatório da inteligência do
órgão reportou o ataque e que brigas entre facções ocorrem no sistema
prisional, por isso, presos são transferidos diariamente. "Temos
protocolos para a maioria dos casos, mas neste específico,
não tínhamos informações sobre um ataque dessa magnitude", destacou.
Seguiram com o superintendente da Susipe para o município o titular
da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup),
Ualame Machado; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Dilson
Júnior; e o delegado geral de Polícia Civil, Alberto
Teixeira.
Presídio - Em Altamira, o Centro de Recuperação
Regional abriga 309 presos, 287 no regime fechado e 22 no semiaberto.
"Não há superlotação carcerária na unidade, mas estamos aguardando a
entrega de uma nova prisão pela Norte Energia, que
deve ficar pronta até dezembro. Os contâiners não são improvisados,
existem há algum tempo, mas com a entrega do noxo complexo como
compensação ambiental da empresa, teremos capacidade para 306 internos e
ainda uma unidade feminina. Esperamos, assim, ter um
espaço mais seguro e moderno na região da Transamazônica", pontuou.
Em agosto, 485 novos agentes prisionais serão nomeados pela Susipe,
os primeiros concursados da história do órgão. Os novos servidores
poderão portar armas, o que Jarbas acredita que será uma importante
mudança no panorama da gestão dos presídios do Estado
do Pará.
Confronto - O incidente aconteceu no início da
manhã, por volta de 7h, na hora da destranca. A ação e o fogo foram
contidos às 10h10, pelo Grupo Tático Operacional, da Polícia Militar.
Entre os mortos, 16 presos foram encontrados decapitados.
Dos asfixiados, ainda não foi possível remover todos os corpos devido à
unidade ser parte de um contâiner, ou seja, as dependências ainda estão
quentes por conta do incêndio causado pelos internos.
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