Para segurança desse tipo de paciente, pode contribuir muito uma
plataforma digital acessível a farmacêuticos, farmácias e todos os
profissionais prescritores nas áreas de Medicina, Odontologia, Medicina
Veterinária e Nutrição, explica o Conselho Regional de Farmácia. Com ela
pode ser definida a receita médica correta e garantido o conhecimento
sobre se o paciente teve alguma intercorrência motivada ou não pela
utilização de determinado medicamento.
Implementada no estado de São Paulo, em junho deste ano, 14 mil
farmacêuticos já estão habilitados. No Pará, foi lançada no último dia 7
pelo CRF-PA, que assinou contrato com uma empresa para implantar a
plataforma em 45 dias. O objetivo é disponibilizar aos farmacêuticos a
consulta de prescrições médicas eletrônicas que estarão disponíveis na
rede global de servidores remotos que operam como um ecossistema único.
Vale dizer que o atendimento médico, por meio de prontuário
eletrônico em qualquer plataforma credenciada, será automaticamente
disponibilizado, com consentimento do paciente, na internet, de modo que
o farmacêutico terá acesso a todas as informações, desde que o paciente
lhe forneça seu CPF, segundo explica o presidente do CRF-PA, Daniel
Costa. Gratuita para todos - médico, paciente e farmacêutico -, a
plataforma permitirá atendimento completo do paciente, incluindo a
receita, de acordo com Costa. "O objetivo é diminuir a burocracia no
atendimento e fazer com que o farmacêutico tenha maior disponibilidade
de tempo para cuidar das pessoas", afirmou.
Sistema vai merecer campanha do CRF-PA
No Brasil há cerca de 200 mil farmacêuticos e 70 mil farmácias. No
Pará são cinco mil farmacêuticos e três mil farmácias. Daniel Costa
antecipou que, a partir da cessão do sistema para o CRF-PA, a entidade
pretende divulgar a novidade para a comunidade farmacêutica e para os
prescritores das áreas de Medicina, Odontologia, Medicina Veterinária e
Nutrição. "A população vai poder exigir dos prescritores a colocação das
receitas nas nuvens", avisou. "Quem tem prontuário eletrônico no Pará
poderá ser atendido em farmácias de São Paulo.
Desde o último dia 7, a plataforma está disponível para as
secretarias estaduais e municipais de Saúde". Para o casal Deuzarina
Barros, de 65 anos, e Amaury de Souza, de 60, a iniciativa é boa,
principalmente pelo fato de o paciente não correr o risco de perder o
receituário médico. "Seria muito bom se as informações estivessem nos
computadores das farmácias, principalmente para ele, que sempre perde a
receita", argumentou Deuzarina. "Além disso, há receitas que vêm com a
letra complicada do médico e a gente enfrenta até dificuldades de
comprar o medicamento".
Unidades têm prazo até janeiro de 2020
Foi por meio da Portaria nº 20, de 31 de outubro de 2017, que o
Ministério da Saúde passou a exigir a obrigatoriedade do uso do
prontuário eletrônico nos atendimentos feitos pelo SUS em todas as
Unidades Básicas de Saúde, até janeiro de 2020. A meta é contribuir para
a eficiência da gestão pública.
O software é uma versão resumida do Prontuário Eletrônico do
Paciente. As unidades que não cumprirem a medida podem deixar de receber
o Piso de Atenção Básica Variável, repassado mensalmente pelo governo
federal para custeio dos procedimentos realizados na atenção básica. Em
Belém, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, todas as unidades são
informatizadas e cumprirão, dentro do prazo, o que determina o
Ministério da Saúde.
O Complexo Hospitalar da UFPA, vinculado à Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares, que administra os hospitais Barros Barreto e
Bettina Ferro, dispõe, segundo informou, do módulo denominado Prontuário
On Line, que se encontra em fase de atualização. "O acesso a este
módulo se dá por meio do aplicativo de gestão para hospitais
universitários, desenvolvido como parte integrante do Programa Nacional
de Restruturação dos Hospitais Universitários Federais, do Ministério da
Educação", divulgou em nota. "A previsão é que até janeiro o módulo
esteja implementado".
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